Que loucura! É de deixar perplexo, estupefato! Até para se refugiar das tragédias e roubalheiras que tanto se vê no cenário sócio-político brasileiro, está praticamente impossível afogar-se em um universo paralelo.
Mire e veja: estudantes e fãs da leitura, indignados com os absurdos preços de livros, enciclopédias, revistas especializadas e diversos materiais impressos encontrados nas grandes livrarias da cidade, recorrem aos Sebos a fim de pagar mais barato por um produto cultural já utilizado. Só que, na caça de um produto desses, pode acabar de frustrando com os valores cabais que pode achar.
Andando pelos inúmeros sebos da cidade a procura de "Os Miseráveis", vastíssima obra de Victor Hugo, senti a facada quatro vezes apunhalar meu âmago: no primeiro sebo em que fui, localizado na Avenida Santo Amaro, deparei com um papelzinho indicando o valor de R$150 em três antigos volumes da obra.
Nos outros três sebos, com a esperança de visualizar melhores preços no livro, só acabei ficando mais irritado com as 'facadas' - o valor mínimo que achei era de R$55 por um produto já reutilizado diversas vezes, em um volume da década de 50.
E isso não é o pior. Casos semelhantes ou piores ocorrem diariamente. Universitários e leitores de carteirinha de baixa renda, infelizmente, até para dar continuidade aos estudos e análises literárias devem se render a alta lucratividade desses postos de venda e restringir seu tempo livre de leitura, muitas vezes por não ter dinheiro suficiente para ampliar a prateleira.
Então, o que resta? Recorrer a 'ilegalidade'. E qual é a 'ilegalidade'? A tão proibida cópia!
Apesar de uma cúpula decidir que apenas 10% de livros, tanto didáticos como obras ficcionais, possam ser copiados, essa porcentagem é ínfima se comparado às exigências pedagógicas que estudantes necessitam para melhor formarem-se culturalmente.
Ou seja, essa decisão prejudica professores, que não podem dar a oportunidade de seus alunos adquirirem mais repertório (a não ser que o aluno tenha como 'sustentar-se na cultura') para ampliar discussões em sala de aula; alunos, que nem sempre podem providenciar essas obras; e também a população em geral, que não se estimula em comprar novos e antigos livros por seus elevados preços.
E mais uma vez sai perdendo a maioria, enquanto uma minoria oligárquica do ramo vai se beneficiando com os altos custos de obras impressas. Até em um âmbito que deveria lutar contra a corrente do sempre lucrar é impossível encontrar democracia. Será que o sentido dessa palavra realmente existe na prática?
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Existe democracia cultural?
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 13:37 1 comentários
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domingo, 4 de novembro de 2007
Alterações abafadas na SP Trans
Que abafado! Sinceramente, está difícil andar no transporte metropolitano público (ou, para ser breve e falar a língua portuguesa, andar de busão) na gigantesca Zona Sul de São Paulo, a maior região da cidade.
As alterações das linhas de ônibus nos bairros próximos ao Grajaú, Jardim Castro Alves e Cidade Dutra (para quem não conhece, são bairros periféricos da Zona Sul, afastados do Centro) prejudicou muitos usuários; principalmente os trabalhadores que dependiam de certos itinerários para chegar a tempo no serviço.
Saíram de circulação, no dia 7 de outubro, linhas extremamente úteis para "andadores de pé" da região, como a 695C/10 Jd. Castro Alves - Vila Mariana, 6029/10 Jd. Castro Alves - Terminal Santo Amaro, 5630/10 Jd. Eliana - Brás, 5631/10 Cidade Dutra - Largo São Francisco e a bastante utilizada 6726/10 Jd. Gaivotas - Metrô Ana Rosa.
Todas essas linhas foram substituídas ou migradas para novos itinerários, localizados no Terminal Grajaú. É o caso da criação das novas linhas 5630/10 Term. Grajaú - Brás, 675X/10 - Term. Grajaú - Metrô Vila Mariana, 6970/10 Term. Grajaú - Term. Santo Amaro.
Os bairros que perderam a opção de seguirem direto às regiões mais próximas do Centro devem adaptar-se às novas linhas que seguem direto para o Terminal Grajaú, que se localiza róximo a esses locais. Ganharam as linhas 6062/10 - Jd. Castro Alves - Term. Grajaú, 6076/31 - Jd. Progresso - Santo Amaro, 6726/10 Jd. Gaivotas - Term. Grajaú e 6083/10 - Jd. Eliana - Term. Grajaú.
Essas mudanças provocaram um caos imenso no transporte público. Se andar de ônibus já era ruim, agora está muito pior. Pelo menos essa é a realidade de quem mora nas proximidades desses "sacrilegiados" bairros.
EFEITO DA MUDANÇA
Moro no Parque América, local vizinho ao Jd. Castro Alves. Estudo de manhã e, para ir até a universidade, vou ao ponto final da linha 637V/10 - Pq. América - Pinheiros, para pegá-lo vazio. Sempre que ia até lá, por volta das 5:45 da manhã, o ponto de ônibus era recheado de cerca de, pelo menos, 120 pessoas. Agora, esse número duplicou.
Se antes eram formadas três filas cheias para pegar o transporte, hoje são mais de quatro, cada uma parecendo com a fila do INSS.
Ou seja, o povo dependente das linhas extintas se direcionaram até o destino final do Pq. América para fazer baldeação até um ponto onde se tenha mais opções de ônibus.
As novas linhas não estão dando conta de dar assistência aos moradores desses bairros. De cada dez pessoas que pergunto sobre o assunto, pelo menos 9 me dizem frases como essas: "Amanhã vou ter que acordar mais cedo pra pegar ônibus", "tirar essas linhas mudou totalmente minha rotina para pior" ou ainda "estão esquecendo que a população periférica é a mais dependente de transporte coletivo".
Antes, pegava o Pq. América - Pinheiros "não muito cheio" no horário de pico. Agora, para pegá-lo, tem que rezar para conseguir ao menos ir pendurado nas portas.
SOLUÇÃO
Se o objetivo era mudar rapidamente a situação do transporte público paulistano, conseguiram. Só que para pior. Tirar linhas úteis para aproveitar a integração (obtida com o "cartão dos pobres" ou Bilhete Único) aos terminais de ônibus, só atrasa a vida de uma população que quer chegar o mais rápido possível ao trabalho, colégio ou universidade. E essa mudança só causou mais lerdeza para os dependentes do "busão".
Para melhorar, somente colocando mais transporte coletivo nas ruas, investindo mais em transportes rápidos como metrôs e trens metropolitanos, aumentando o número de frotas, mantendo o rodízio de carros para não intensificar o trânsito e criando mais passagens exclusivas aos ônibus (como os passa-rápidos). Em suma, tem que investir em transporte público.
REALIDADE SIMILAR
Não foram apenas essas alterações que prejudicaram o cidadão "tomador" de ônibus. Na região próxima ao Jardim Ângela, a linha 637N/10 Jd. Nakamura - Itaim Bibi também perdeu seu lugar ao sol. Segundo o site da SP Trans, esse itinerário foi retirado pois o cidadão "tem como opções as linhas 6017/10 Nakamura – Santo Amaro; 6811/10 Parque do Lago – Borba Gato; e 637C/10 Jardim Jacira – Pinheiros"
Estava em pé no ônibus e escutei um comentário de uma usuária, que não parecia muito satisfeita com a mudança. "Sem essa linha do Itaim Bibi tenho que pegar uma perua até o Terminal Santo Amaro e com isso gasto muito tempo. A perua que pego sempre está lotada e raramente se consegue sentar naquele inferno", disse.
Apenas como ouvidor, me sensibilizei. Mas estou tranqüilo: com certeza, essa bomba não estou segurando sozinho. Tenho com quem compartilhar minha profunda indignação com tamanha falta de responsabilidade na gestão de transportes.
Otimistas dizem que esse ato pode ser vantajoso a longo prazo. Mas, sinceramente, duvido muito que altere para melhor a realidade desse povo que não tem seu próprio carro.
Agora sim, acho que desabafei! Ufa!
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 14:21 1 comentários
Marcadores: Transportes
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quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Tropa de Elite 1, 2, 3 e 4
Estava caminhando sob o intenso calor nas ruas de São Paulo, despreocupado com as paisagens que formam a grotesca estética da cidade. Tinha acabado de assistir a um filme blockbuster de moderado grau de violência - cujo nome não me lembro -, decepcionado pelas medíocres cenas de porrada do filme, que me deixaram com gostinho de quero mais.
Na tentativa de buscar alguma referência cinematográfica que satisfazesse essa minha insanidade em consumir sangue, lembrei do noticiário; o filme de José Padilha, Tropa de Elite, foi o mais pirateado na história do cinema: logicamente o encontrarei para comprar nas barraquinhas de camelô que ilustram meu pobre bairro.
"Cara, você tem o filme do BOPE - Tropa de Elite", abordei o vendedor. "Vixe, esse tem de sobra. Tenho o 1, o 2, o 3 e até o 4". "Nossa, já tem quatro seqüências? Mas não são todos a mesma coisa não, né?". O vendedor advertiu: "Que nada! Garanto pra vocÊ que não".
Não resisti. Por apenas R$12, levei 4 filmes e rapidamente dirigi-me até o DVD da minha sala.
Para conferir se não fui sacaneado, coloquei os filmes para ver se funcionavam, até que tive uma surpresa que me inquietou bastante: todos, realmente, eram diferentes. Totalmente diferentes.
O primeiro filme era o Tropa de Elite mesmo, o polêmico, violento e ao mesmo tempo realista obra de José Padilha. A surpresa se iniciou quando coloquei "o 2" no aparelho: na verdade, era uma obra que nada tinha a ver com o filme de Padilha. Era Notícias de Uma Guerra Particular, documentário sobre traficantes e policiais de João Moreira Salles lançado em 1999. O terceiro e quarto DVD´s eram, respectivamente, Dia a Dia de um Policial e Ônibus 174.
Abstraí. O comércio pirata, além de conseguir ter acesso ao Tropa de Elite original e conseguir ter um alto números de vendas de maneira alardeante, nomeia obras de outros profissionais como seqüências, criando uma "quadriologia da insanidade", enganando o público para vender mais.
Não é de se impressionar um ato desses da pirataria, que copia filmes (muitas vezes do cinema, o que resulta uma qualidade de imagem horrível) para vender por preços mais acessíveis. É lógico que muitas pessoas, glorificadas por ter oportunidade de comprar um filme por R$3 ou R$4, optam por isso. Seduz. Inclusive, já comprei diversos DVD´s piratas, pois nem sempre tenho dinheiro para ir ao cinema.
PÚBLICO E CRÍTICAS
Tropa de Elite está nas telonas. Espera-se que grande parte do público vá até as bilheterias e pague para (re)vê-lo. Boa parte do público já o tem em sua casa e já deve ter revisto pelo menos umas três vezes, pois em todo boteco que se vá, não há uma roda de amigos que não discuta sobre o filme.
Li a crítica do filme nos jornais e está com uma boa avaliação. Também, uma narrativa interessante (típica de Bráulio Mantovani, que já foi roteirista de Cidade de Deus, O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias e Cidade dos Homens), uma temática atual e polêmica, atuações incontestavelmente sensacionais (principalmente a de Wagner Moura no papel do Capitão Nascimento) são dignas de elogios.
Só que há uma discussão de que o filme tem uma visão fascista, ou seja, faz apologia à violência e defende o lado policial desse jogo comercial entre miltares e traficantes.
Eu já vejo por outro lado. Acredito que a honra destaca o interesse uníssono de ambos os lados, que respeitam a única regra de lutarem, ultrapassando por todos os limites e barreiras, para sobreviverem nesse mundo globalizado e capitalista.
O filme é ótimo, as "seqüências", que nada tem a ver com o filme de José Padilha, também o são. Só que, infelizmente, prefiro sustentar a pirataria, do que pagar R$10 para ir ao cinema, ou por volta R$40 (preço que irá custar o DVD original de Tropa de Elite) para sustentar uma indústria que suga mais do meu custo-benefício do fim do mês. Corro para onde saio economizando mais. Infelizmente, é assim.
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 10:31 1 comentários
Marcadores: Atualidades, Cinema, Educação, Sociedade
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segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Sentimentos de um brasileiro ao narrar a História de seu País
Sou cordial. Sei que a América é o continente onde foi jorrado mais sangue em toda a história em seu período de colonização, superando o saldo de mortes das duas guerras mundiais juntas. Descobrir a América pode ser motivo de orgulho para muitos, mas para mim nada mais é do que a predominância de um povo maniqueísta que não consegue conviver com a diversidade.
Sou conformado. Sei que o Brasil foi regado de autoritarismos, onde a ânsia pelo poder alimentou uma segregação racial que perdura até os dias de hoje. Negros e índios que não pegassem na enxada eram castigados por um chicote, quando não armas mais torturosas e de maior potência. O dia em que essa violência foi extinta, não consta no meus conhecimentos. Já li nos jornais casos que comprovam a inexistência dessa utopia. Mas de uma coisa sei: que isso não teve fim em um 13 de maio qualquer.
Sou otimista. Apesar da origem da República no Brasil impedir qualquer manifestação contrária às ideologias dominantes, o País teve verdadeiros representantes que fizeram jus ao posto.
Getúlio Vargas, com seu nacionalismo e obsessão em querer ser Benito Mussolini, não deu chance alguma aos imigrantes ilegais que vieram parar em seu Estado Novo. Seu dilema de identidade nacional impediria qualquer revolução encabeçada por um estrangeiro.
Juscelino Kubitschek e o surgimento de Brasília arquitetada por Niemeyer traçaram a era 1956-1961. Não se pode negar que com ele o Brasil deu um grande salto nas áreas tecnológicas e industriais. Já ouvi dizer que com ele o Brasil evoluiu uns 50 anos - mas também se endividou por um século.
Anos mais tarde veio a Ditadura Militar. Apesar das mortes, torturas, execução de socialistas, anarquistas e comunistas, implantação do AI-5, censura da imprensa, ato de recolher, mentiras, lavagens, manipulação, abuso de poder, é nesse período que data a "fase de crescimento" do Brasil. Sim, nossa economia era de alargar risos. E, os defensores de um outro método de política, o que eram? Subversivos contrários à pátria que mereciam ser deportados ou executados. "Brasil, ame-o ou deixe-o". Ousasse contestar.
Regado de democracia, Fernando Collor elevou o orgulho de ser brasileiro. Bloqueou contas e fez o favor de empurrar para o fim do precipício miseráveis que ainda tinham fé de que a situação econômica dos pobres iria melhorar. Que nada, é apenas um incompreendido. Mas sabe que é amado pela nação. Senão, o que justificaria sua volta para a cena política?
O tempo passou e a democracia nos trouxe o petista Lula. Mensalões, apadrinhamentos, lavagem, corrupção escrachada, tentativa de pôr fim à oposição, mesada aos pobres, ira com os rebeldes... Infortúnios à parte, nosso Lula é o brasileiro que mais se assemelha com o povão. Gosta de churrasco, não nega uma Skol gelada, é católico e defende a vida sexual ativa de seus compatriotas. Tem uma boa personalidade, é sensível; adora ajudar. Quer ajudar Hugo Chávez a entrar no Mercosul, quer ajudar o País a dar etanol a preços ínfimos para os americanos, quer ajudar Fidel a sair da cama e restituir a sua Cuba Socialista, quer ajudar o Haiti instalando seus soldados para trazer de volta a palavra paz àquele lugar e até mesmo ajudar a pilhéria do Senado: nosso famigerado possessivo Renan Calheiros, que não quer largar a cadeira.
Tenho orgulho de sentar em uma mesa de bar com amigos e traçar o panorama político da Nossa Pátria Amada. Todos esse fatos, apesar de não girarem em torno do aproveitamento de nossas riquezas mais requisitadas como água, árvore e etanol, são motivo de contar boas histórias.
Li sobre psicologia e descobri que rir é tão bom que impede a contração de males e manda para o espaço as células malignas que formam as mais graves doenças no corpo humano. Assimilei essa informação científica com a História Brasileira, que todos deveriam encher a boca para contar de tão maravilhosa que é. E, como sou uma pessoa cordial, conformada e otimista, sei que a política nacional vai me livrar de inúmeras doenças das quais nem sei o nome. Pois, motivos para rir não faltam - só não pode se sensibilizar demais com nossa história, ou as células podem se rebelar, e os efeitos...bom, é melhor nem pensar!
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 17:54 1 comentários
Marcadores: Educação, Política
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quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Inexistência da imparcialidade jornalística
Seria possível a objetividade no jornalismo? O repórter, ao noticiar o fato, expõe em sua matéria a absoluta verdade? O que é a objetividade jornalística? Essas são questões que não querem calar na boca dos jornalistas e pesquisadores do assunto.
Segundo o teórico Josenildo Luís Guerra, “objetividade é o conceito de verdade”. Para ele, “é a propriedade que permite ao discurso a possibilidade de ser fiel ao fato”. Noutras palavras o jornalista, ao realizar bem o seu trabalho, materializando o que foi apurado e checado, entrevistando fontes de diferentes opiniões para trazer o pluralismo à reportagem, pode estar explicitando ao receptor a verdade do acontecimento.
Por outra corrente de pensamento, Eugenio Bucci, presidente da Radiobrás e autor do livro Sobre Ética e Imprensa (Cia. das Letras) conclui que “a verdade dos fatos é sempre uma versão dos fatos”.
Esse conceito (o qual grande parte dos teóricos de jornalismo defendem) vê a objetividade jornalística como algo inalcançável. “A objetividade absoluta, entendida como o conhecimento absoluto e total da realidade, não existe”, complementa a doutoranda em comunicação Liriam Sponholz.
O jornalista, acima de tudo, tem o dever com a população. Porém é ufanismo pensar que é detentor do poder de narrar em sua matéria o espelho da realidade. Pois os fatos, por mais concretos que sejam, nada mais são que uma visão, uma interpretação daquele que os enxerga.
Quando um repórter vai atrás da notícia, pesquisa, seleciona os entrevistados, apura e confirma os dados, ao redigir seu texto estará narrando uma representação do caso, por mais ampla que possa ser sua reportagem – o que não significa que uma matéria não traga consigo a veracidade. Do contrário, não existiria mais de um jornal diário, radiojornal ou telejornal.
Mas, se a realidade não é objetiva, tudo sempre possui mais de um lado, quais são os pré-requisitos para que uma matéria seja publicada? Quando pego um jornal em mãos e leio uma reportagem, não estarei diante da verdade indubitável?
Partindo do princípio de que “o relato, qualquer que seja ele, é um discurso e, como tal, é inevitavelmente ideológico”, como diz Bucci, a reportagem deve mostrar claramente as informações para o leitor ou espectador, com o maior número de fontes divergentes possíveis para pluralizar a matéria e garantir a singularidade, possibilitando este consumidor da notícia interpretá-la à sua maneira.
Além disso, o texto possui a unicidade do jornalista que o redige; por mais implícito que possa transparecer, ele estará deixando sua marca - que constitui a formação de seu caráter e sua credibilidade, já que graças a sua competência e suas técnicas que seu trabalho é valorizado - desmistificando a existência da imparcialidade e isenção. Porque, de acordo com Felipe Pena, autor de Teorias do Jornalismo (Editora Contexto) o jornalista, como indivíduo, possui suas ideologias, partidarismos, simpatias e diversas idiossincrasias que interferem na construção de sua realidade (no caso, explicitada em sua matéria).
As fontes também desenvolvem um importante papel para que a notícia tome determinado posicionamento. Com os relatos em mãos, o repórter faz utilização das aspas não só como método de complementação informativa para enriquecer seu texto, mas também, muitas vezes, como estratégia discursiva para dar rumo a ele, não se comprometendo com o discurso alheio (algo como tirar o seu da reta e jogar na fala do entrevistado) e denominando-se neutro diante do fato.
Esse processo de noticiabilidade, intervida por fontes e ideologias individuais também pode sofrer moldes se não se enquadrar nas avaliações do editor ou até mesmo do jornal em questão. Mas essas são questões de ética, de interesses (que podem alterar a notícia, como o caso da edição do Jornal Nacional, em 1989, no debate dos candidatos à presidência Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, que pode ter sido motivo de influência na votação do público, que elegeu Collor – favorecido pelos cortes - com 50% dos votos contra 44% de Lula, que acabou sendo prejudicado) dos conglomerados para atingirem seus objetivos.
Diante dos inúmeros direcionamentos que uma reportagem pode chegar, das mudanças que ela pode ter com a intervenção dos editores - que não presenciaram o acontecimento - e a adaptação do que foi escrito para o público, conclui-se que a objetividade textual, em que a absoluta verdade está presente para que todos vejam, não existe.
Para que o trabalho de um jornalista possa ser realmente congratulado, a objetividade desse profissional teria que estar no método de pesquisa, na apuração e coleta de dados (como defendia Nelson Traquina, “ela traz maior segurança quanto à verossimilhança do fato”); para que a reportagem tenha uma ênfase relevante, mostre à população informações que interfiram no seu cotidiano e os faça enxergar que o que está exposto não é a verdade incondicional e inquestionável, mas sim, a melhor versão possível da realidade.
[trabalho realizado para a disciplina Teoria do Jornalismo, com ajudas de Raquel Moraes e Cleber Arruda na elaboração do texto]
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 16:31 0 comentários
Marcadores: Jornalismo
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Retratos explícitos do Brasil
Com imensos 8.511.965 km² e uma população de mais de 170 milhões, o maior país da América do Sul parece não se dar conta de visualizar e atender todos os seus 26 Estados.
A opinião pública, o que é datado, o retrato brasileiro, as principais notícias, centros de estudo e até mesmo os cartões postais que identificam o Brasil em relação aos estrangeiros se restringem as suas duas maiores e mais povoadas cidades: São Paulo e Rio de Janeiro.
Quantos já escutaram, viram ou leram sobre as estatísticas opinativas da região de Mato Grosso? Quem já se interessou por um filme localizado no Amapá? Quais são os mais marcantes traços de um cidadão do Acre?
A diversidade aqui existente é imensa para que seja estabelecida uma nacionalidade paulistano-carioca, impressão que se dá, principalmente, ao ter conhecimento da direção dos projetos políticos, do cenário televisivo ou a manchete dos jornais impressos.
Por mais que tente caçar nos meios de comunicação notícias sobre regiões brasileiras 'camufladas' como países do Norte e Centro-Oeste, nada mais vejo que quueimadas decorrentes da Amazônia e da baixa fiscalização nesses locais.
Baixa fiscalização que se justifica pela miopia dos políticos em não enxergarem esses estados e procurar atender às necessidades de seus povos.
IDENTIDADE NACIONAL
A febre citadina tomou tanta conta do panorama nacional após o período da industrialização, que, para vociferar contra ou a favor de determinado momento político do país é preciso residir no eixo Rio-São Paulo.
O domínio das fábricas sobre a agricultura brasileira influenciou tanto, que os costumes vigentes, o comportamento e até mesmo o 'sotaque nacional' são homogeneizados pela rotina da cidade grande.
Isso se manifesta de maneira tão estrondosa, que ouvir alguém puxar demais o 'r' ou o 's', ou falar de maneira diferente do que é visto nos padrões televisivos da "correta pronúncia da língua portuguesa", que chega a ser motivo de chacota, de risos infindáveis para os 'privilegiados' do Sudeste.
O engraçado é que, a maior parte do Brasil se encontra justamente nesses longínquos, enfermos e 'hilariantes' estados do Norte e Nordeste. Adoraria - mas não sei se é por falta de informação minha ou negligência da mídia em não mirar seus repórteres para esses locais - saber o que acontece em estados como Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Sergipe, Alagoas, Tocantins, Mato Grosso do Sul, assim como tenho conhecimento das notícias da Terra da Garoa e da Cidade Maravilhosa.
No Brasil, não existe um Estado unificado em que todas as regiões são unidas e possuem os mesmos comportamentos; o que acontece é que a diversidade é tão imensa, que toda a concentração e preocupação, infelixmente, se foca apenas no Rio e em Sampa. E esse foco prejudica tanto o contexto nacional a ponto de não traçar um panorama geral do que acontece em todas as regiões brasileiras. Se se satisfaz os cariocas e paulistanos, vamos bem. Lá estão concentrados as principais fontes de renda e é onde residem os mais ricos cidadãos do País.
O que existe no Brasil são fragmentos de uma identidade. Uns falam 'oxente', outros tomam chimarrão, outros carregam baldes, outros enfrentam numerosas filas em seu cotidiano.
A identidade nacional tem menos de 10% da expansão territorial vista no Atlas. São os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo (Brasília pode migrar para um desses estados já que não é tão grande mesmo).
Para o 'resto' daquilo que tanto orgulhamos de chamar de nação, deixemos ao léo e vamos esperar uma nova Independência para decidir o rumo dos execráveis cidadãos que tanto atrapalham o desenvolvimento do maior país da América do Sul.
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 16:23 0 comentários
Marcadores: Atualidades, Educação, Sociedade
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quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Indignação de quem já indignou demais
O ministro da Defesa Nelson Jobim, ao falar sobre o lançamento de Direito à Memória e à Verdade, livro que fala sobre a ditadura militar no Brasil no período de 1964 a 1985, dizendo que "não haverá indivíduo que possa a isso reagir e, se houver terá resposta", provocou reações de repúdio aos militares.
A obra retrata a trajetória do governo autoritário no país, falando sobre as ações do Exército diante dos oposicionistas do regime, o movimento estudantil que gerou as "Diretas-Já" e o desaparecimento de brasileiros ligados a partidos comunistas ou socialistas.
O Exército, que aguarda seu comandante retornar de viagem, o general Enzo Martins Peri, ainda não manifestou contra o discurso. Mas já explicitaram seu descontentamento, ao falar que foi uma "ameaça desnecessária".
Essa insatisfação, que é de mau agouro, confirma a vontade do Exército em fazer com que a população esqueça dos tempos de chumbo que pairaram sobre a nação. Porque, não dá mais pra camuflar essa onda de assassinatos aos compatriotas que foram contrários à ditadura. Inclusive, existe um arquivo secreto de apenas 15 cópias do Exército, que menciona a causa dos inúmeros desaparecimentos de integrantes do PC do B (como Antônio Alfredo Campos, Francisco Chaves, João Haas Sobrinho), taxando-os como terroristas, que foram mortos por armarem em uma emboscada e caírem em uma contra-emboscada, estrategicamente preparada pelos militantes.
O documento, de 966 páginas, também revela o como e por quê o Exército escondeu informações sobre os guerrilheiros do Araguaia, o implante da censura na mídia brasileira e a tortura - que ao modo de ver militar é benigna por favorecer à ordem social - contra os oposicionistas.
Esse livro, entitulado O Livro Negro do Terrorismo no Brasil, foi desvendado pelo jornalista Lucas Figueiredo, que o publicou na revista mensal Rolling Stone.
Ou seja, o Exército - que não é bobo nem nada -, ao declarar repúdio ao discurso de Jobim, nada mais quer que passar uma borracha em uma realidade que não pode ser negligenciada. A proposta é fazer a população de ingênua, como tentaram fazer ao afirmar que o jornalista Vladmir Herzog se suicidou e que os que combatiam na Guerra do Araguaia sumiram "do nada".
Todos sabemos a extrema importância que os militantes tem para com nosso País, mas se baixarmos nossa cabeça a ponto de sermos clamados como subversivos, estaremos calando nossa boca diante de um fato verossímil e incomensurável.
A palavra "sentido" pode ser direcionada e aplicada aos soldados do Exército, mas não mais à população brasileira, que já sofreu demais com esse tom autoritário durante os lastimáveis dias que duraram o Regime Militar.
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 23:24 1 comentários
Marcadores: Atualidades
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"O medo é uma barreira criada pela mente"
Por natureza, temos medo do novo. Medo de expandir nossos ideais, medo de conhecer povos de outros costumes, medo de escutar uma música de outro gênero, medo de conviver com pessoas que não tenham os mesmos gostos que os nossos.
Essa barreira que nossa mente cria impede de termos um eloqüente diálogo com pessoas "totalmente diferentes" de nós. E não basta apenas ler extensos livros e estudar diariamente para aceitar o outro.
Muitos temem o novo por acharem que, ao conhecê-lo, irão abolir a atual opinião que possuem, que o convívio com pessoas diferentes acarreta em ter uma visão igual a elas. Ou seja, acham que suas idéias sempre são as verdadeiras e ignoram os outros modos de pensar. Se são roqueiros, temem virar pagodeiros. Se são autoritários, temem a predominancia de outras vozes. Se são direitistas, ao conviver com esquerdistas, temem migrar para sua posição político-ideológica.
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 23:09 1 comentários
Marcadores: Atualidades, Educação
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Modelo Ecoeconômico de crescimento: possível?
Está em discussão entre ferrenhos ambientalistas um diferente método de crescimento econômico, a Ecoeconomia, que tem como proposta maior preocupação com os recursos naturais e controle da alta produtividade quantitativa - característica intrínseca ao capitalismo, modelo de desenvolvimento da atualidade.
Europa e os Estados Unidos, nações que melhor representam o desenvolvimento econômico na contemporaneidade, juntamente com o 'boom' da China, ao decorrer do tempo, vêm negligenciando a discussão, que teve maior repercussão após o inevitável aquecimento do planeta.
Os países desenvolvidos acreditam que esse modelo de crescimento é inviável por serem totalmente dependente de capitais e recursos estrangeiros, que ficariam mais restritos com a mudança econômica. Prova disso é o protecionismo dos países ricos aos diálogos. Não querem investir em política ambiental e esquecem que enquanto isso mais gases vão sendo emitidos à atmosfera.
Relatórios e mais relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) vão sendo feitos, mas não adianta: o homem não consegue adaptar-se às mudanças drásticas que devem ser feitas no momento, para de que o problema retroceda.
Tendo conhecimento que um dia o petróleo e a água irão acabar, os ambientalistas acreditam que conservando recursos que podem ser nefastos para o aquecimento, como a excessiva extração de combustíveis fósseis, a diminuição do uso de produtos nucleares e outros meios que um dia possam escassear ou emitir danosos gases.
Em um mundo onde é impossível viver sem celulares, internet, carros a gasolina, muito provável que essa discussão não avance, uma vez que grande parte dessa dependência teria que ser restringida. A tecnologia nos seduziu tanto, que agora é difícil largar.
Já que politicamente é quase impossível de haver uma conscientização coletiva, cabe aos verdadeiros preocupados com a situação esperar que o ser humano coloque a mão na cabeça e faça por si mesmo a sua parte, tentando consumir menos e preservar mais. Sérá isso possível?
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 23:04 0 comentários
Marcadores: Educação, Meio-Ambiente, Política
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segunda-feira, 3 de setembro de 2007
A ambivalência do governo Lula
Articulistas políticos de jornais e a maioria dos jovens universitários dizem que esse programa nada mais é que uma forma de aumentar sua popularidade, para garantir voto nas próximas eleições.
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 20:46 0 comentários
Marcadores: Educação, Política
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O restrito cotidiano universitário
Exercitar é preciso. A inexistência de um jornal experimental não só impossibilita a prática dos alunos na escrita jornalística, como faz com que os universitários fiquem cada vez mais distanciados sobre os acontecimentos, tanto do Brasil e do Mundo, como mínimas interferências ocorridas no ambiente em que estudam.
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 20:35 1 comentários
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A utopia da democracia
Pensar em democracia sem acessibilidade é abolir totalmente o sentido que essa palavra representa. Democracia, acima de tudo, é fazer com que a sociedade tenha ingresso e interferência em todas as decisões estabelecidas por um oligopólio (que infelizmente existe) ou pelo Estado (que pode ser entendido como o grande manipulador em busca de seus interesses). Pelo menos, é isso que se entende ao ler o pequeno texto do Art. 1º da Constituição: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes (...)”.
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 20:25 0 comentários
Marcadores: Educação, Política, Sociedade
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Segregação curricular
Você é estudante da USP? da PUC? do Mackenzie? da UF? Se sim, sinta-se felizardo, pois o mercado de trabalho certamente visualizará seu currículo com outros olhares. Agora, se você não teve a oportunidade de se matricular em uma faculdade de tradição, de estudar para os embaraçosos vestibulares dessas instituições ou simplesmente não possui 'competência' para pisar os pés nessas louvadas escolas, pode começar a derramar as lágrimas, lamuriar, saltitar de cólera...
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 19:48 0 comentários
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Quem escuta os males espanta
Existe um imenso conjunto de fatores que compõem uma boa música. Uma voz agradável de se escutar, os sutis ou intensos graves que o som do baixo produz, a vasta comunicação que uma guitarra pode proporcionar com um ouvinte, o elaborado ritmo de uma bateria, os prazerosos toques de um teclado ou piano.
São inúmeras junções, separações, experimentações ou compilações que caracterizam aquilo que chamamos de música. Orquestras, concertos, bandas tradicionais, solos ou big band; não interessa a formação, estilo, princípio ou objetivo, se um som é agradável de se ouvir, é bom e faz bem. Como diz o ditado popular "quem canta os males espanta". Mas nesse caso, quem também escuta manda seus males para longe.
Decifrar o que um artista quer passar, entender a vastidão da mistura dos instrumentos tocados durante uma música ou traduzir a letra de uma canção são elementos indicativos para simbolizar o quão amplo é desligar a mente do cotidiano e acompanhar o ritmo musical. Tanto que, para entender mitos que vão de Beethoven e Mozart a Tom Zé ou Chico Science é necessário compreender o perído histórico que viveram, a importância de suas letras, a revolução que causaram ao lançarem seus discos, shows ou orquestras.
Mas esse universo musical, infelizmente, não é isento de preconceitos e repúdios. Por exemplo, gêneros como forró nordestino, o funk carioca ou sertanejos são vistos como canções repetitivas e sem importância por pessoas que julgam escutar um amplo repertório de sons. É que existem categorias que divergem certas músicas: o Movimento Tropicalista na época da ditadura no Brasil que veio com uma proposta revolucionária, o Metal nos anos 70 e 80 que foram de grande importância para os jovens daquele momento, o blues e o soul nos anos 60 que atraíam milhares de pessoas às danceterias daquele período, etc.
Há canções que fazem refletir, outras que proporcionam o questionamento de uma sociedade, aquelas que mexem os sentidos, as que arrepiam e, as que mais trazem prazer para grande parte da população, as canções que entretêem, que devem ser escutadas numa roda de amigos tomando uma cerveja - categoria que engloba os forrós, eletrônicos e os funks cariocas.
Acima de tudo, música é interpretação, convívio, identificação. É preciso vivenciar para entender. O sertanejo pode trazer elementos ocultos indizíveis, que apenas o povo que mora ou já morou afastado da cidade é capaz de identificar, assim como uma orquestra do violoncelista Yo-Yo-Ma fixa um prazer misterioso para amantes da música erudita.
Portanto não se pode julgar uma nota musical, qualquer que seja ela, repetitiva, lírica ou intensa. Pois ela acompanha o momento histórico de determinada pessoa, forma o pensamento de uma tribo, ajuda alguém a encarar a realidade - não importando o gênero musical que gosta de ouvir. E se forró faz parte da vida de fulano, funk da vida de beltrano e música clássica da vida de cicrano, há elementos, ocultos ou explícitos, que fazem essas pessoas se identificarem com o som que escuta.
E não venham com essa de que só porque uma pessoa gosta de músicas que não fazem pensar, que só trazem entretenimento, são mais ignorantes que aquelas pessoas que possuem em sua disqueteira Mozart, Chico Buarque ou Tom Jobim. Somos influenciados por aquilo que vivenciamos e não cabe a especialistas ou experts julgarem o que devemos ouvir ou deixar de ouvir. Pode ligar sem receios o som de sua casa no último volume e colocar o CD do Aviões do Forró, que isso não transparece nada do que pensa, gosta ou tem vontade de fazer.
Postado por Tiago Ferreira da Silva às 15:53 1 comentários
Marcadores: música
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