segunda-feira, 12 de julho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010



quarta-feira, 20 de maio de 2009






Michael Jackson

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Existe democracia cultural?

Que loucura! É de deixar perplexo, estupefato! Até para se refugiar das tragédias e roubalheiras que tanto se vê no cenário sócio-político brasileiro, está praticamente impossível afogar-se em um universo paralelo.

Mire e veja: estudantes e fãs da leitura, indignados com os absurdos preços de livros, enciclopédias, revistas especializadas e diversos materiais impressos encontrados nas grandes livrarias da cidade, recorrem aos Sebos a fim de pagar mais barato por um produto cultural já utilizado. Só que, na caça de um produto desses, pode acabar de frustrando com os valores cabais que pode achar.

Andando pelos inúmeros sebos da cidade a procura de "Os Miseráveis", vastíssima obra de Victor Hugo, senti a facada quatro vezes apunhalar meu âmago: no primeiro sebo em que fui, localizado na Avenida Santo Amaro, deparei com um papelzinho indicando o valor de R$150 em três antigos volumes da obra.

Nos outros três sebos, com a esperança de visualizar melhores preços no livro, só acabei ficando mais irritado com as 'facadas' - o valor mínimo que achei era de R$55 por um produto já reutilizado diversas vezes, em um volume da década de 50.

E isso não é o pior. Casos semelhantes ou piores ocorrem diariamente. Universitários e leitores de carteirinha de baixa renda, infelizmente, até para dar continuidade aos estudos e análises literárias devem se render a alta lucratividade desses postos de venda e restringir seu tempo livre de leitura, muitas vezes por não ter dinheiro suficiente para ampliar a prateleira.

Então, o que resta? Recorrer a 'ilegalidade'. E qual é a 'ilegalidade'? A tão proibida cópia!

Apesar de uma cúpula decidir que apenas 10% de livros, tanto didáticos como obras ficcionais, possam ser copiados, essa porcentagem é ínfima se comparado às exigências pedagógicas que estudantes necessitam para melhor formarem-se culturalmente.

Ou seja, essa decisão prejudica professores, que não podem dar a oportunidade de seus alunos adquirirem mais repertório (a não ser que o aluno tenha como 'sustentar-se na cultura') para ampliar discussões em sala de aula; alunos, que nem sempre podem providenciar essas obras; e também a população em geral, que não se estimula em comprar novos e antigos livros por seus elevados preços.

E mais uma vez sai perdendo a maioria, enquanto uma minoria oligárquica do ramo vai se beneficiando com os altos custos de obras impressas. Até em um âmbito que deveria lutar contra a corrente do sempre lucrar é impossível encontrar democracia. Será que o sentido dessa palavra realmente existe na prática?

domingo, 4 de novembro de 2007

Alterações abafadas na SP Trans

Que abafado! Sinceramente, está difícil andar no transporte metropolitano público (ou, para ser breve e falar a língua portuguesa, andar de busão) na gigantesca Zona Sul de São Paulo, a maior região da cidade.

As alterações das linhas de ônibus nos bairros próximos ao Grajaú, Jardim Castro Alves e Cidade Dutra (para quem não conhece, são bairros periféricos da Zona Sul, afastados do Centro) prejudicou muitos usuários; principalmente os trabalhadores que dependiam de certos itinerários para chegar a tempo no serviço.

Saíram de circulação, no dia 7 de outubro, linhas extremamente úteis para "andadores de pé" da região, como a 695C/10 Jd. Castro Alves - Vila Mariana, 6029/10 Jd. Castro Alves - Terminal Santo Amaro, 5630/10 Jd. Eliana - Brás, 5631/10 Cidade Dutra - Largo São Francisco e a bastante utilizada 6726/10 Jd. Gaivotas - Metrô Ana Rosa.

Todas essas linhas foram substituídas ou migradas para novos itinerários, localizados no Terminal Grajaú. É o caso da criação das novas linhas 5630/10 Term. Grajaú - Brás, 675X/10 - Term. Grajaú - Metrô Vila Mariana, 6970/10 Term. Grajaú - Term. Santo Amaro.

Os bairros que perderam a opção de seguirem direto às regiões mais próximas do Centro devem adaptar-se às novas linhas que seguem direto para o Terminal Grajaú, que se localiza róximo a esses locais. Ganharam as linhas 6062/10 - Jd. Castro Alves - Term. Grajaú, 6076/31 - Jd. Progresso - Santo Amaro, 6726/10 Jd. Gaivotas - Term. Grajaú e 6083/10 - Jd. Eliana - Term. Grajaú.

Essas mudanças provocaram um caos imenso no transporte público. Se andar de ônibus já era ruim, agora está muito pior. Pelo menos essa é a realidade de quem mora nas proximidades desses "sacrilegiados" bairros.

EFEITO DA MUDANÇA

Moro no Parque América, local vizinho ao Jd. Castro Alves. Estudo de manhã e, para ir até a universidade, vou ao ponto final da linha 637V/10 - Pq. América - Pinheiros, para pegá-lo vazio. Sempre que ia até lá, por volta das 5:45 da manhã, o ponto de ônibus era recheado de cerca de, pelo menos, 120 pessoas. Agora, esse número duplicou.

Se antes eram formadas três filas cheias para pegar o transporte, hoje são mais de quatro, cada uma parecendo com a fila do INSS.

Ou seja, o povo dependente das linhas extintas se direcionaram até o destino final do Pq. América para fazer baldeação até um ponto onde se tenha mais opções de ônibus.

As novas linhas não estão dando conta de dar assistência aos moradores desses bairros. De cada dez pessoas que pergunto sobre o assunto, pelo menos 9 me dizem frases como essas: "Amanhã vou ter que acordar mais cedo pra pegar ônibus", "tirar essas linhas mudou totalmente minha rotina para pior" ou ainda "estão esquecendo que a população periférica é a mais dependente de transporte coletivo".

Antes, pegava o Pq. América - Pinheiros "não muito cheio" no horário de pico. Agora, para pegá-lo, tem que rezar para conseguir ao menos ir pendurado nas portas.

SOLUÇÃO

Se o objetivo era mudar rapidamente a situação do transporte público paulistano, conseguiram. Só que para pior. Tirar linhas úteis para aproveitar a integração (obtida com o "cartão dos pobres" ou Bilhete Único) aos terminais de ônibus, só atrasa a vida de uma população que quer chegar o mais rápido possível ao trabalho, colégio ou universidade. E essa mudança só causou mais lerdeza para os dependentes do "busão".

Para melhorar, somente colocando mais transporte coletivo nas ruas, investindo mais em transportes rápidos como metrôs e trens metropolitanos, aumentando o número de frotas, mantendo o rodízio de carros para não intensificar o trânsito e criando mais passagens exclusivas aos ônibus (como os passa-rápidos). Em suma, tem que investir em transporte público.

REALIDADE SIMILAR

Não foram apenas essas alterações que prejudicaram o cidadão "tomador" de ônibus. Na região próxima ao Jardim Ângela, a linha 637N/10 Jd. Nakamura - Itaim Bibi também perdeu seu lugar ao sol. Segundo o site da SP Trans, esse itinerário foi retirado pois o cidadão "tem como opções as linhas 6017/10 Nakamura – Santo Amaro; 6811/10 Parque do Lago – Borba Gato; e 637C/10 Jardim Jacira – Pinheiros"

Estava em pé no ônibus e escutei um comentário de uma usuária, que não parecia muito satisfeita com a mudança. "Sem essa linha do Itaim Bibi tenho que pegar uma perua até o Terminal Santo Amaro e com isso gasto muito tempo. A perua que pego sempre está lotada e raramente se consegue sentar naquele inferno", disse.

Apenas como ouvidor, me sensibilizei. Mas estou tranqüilo: com certeza, essa bomba não estou segurando sozinho. Tenho com quem compartilhar minha profunda indignação com tamanha falta de responsabilidade na gestão de transportes.

Otimistas dizem que esse ato pode ser vantajoso a longo prazo. Mas, sinceramente, duvido muito que altere para melhor a realidade desse povo que não tem seu próprio carro.

Agora sim, acho que desabafei! Ufa!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tropa de Elite 1, 2, 3 e 4

fonte: http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/tropa-de-elite/tropa-de-elite02.jpg

Estava caminhando sob o intenso calor nas ruas de São Paulo, despreocupado com as paisagens que formam a grotesca estética da cidade. Tinha acabado de assistir a um filme blockbuster de moderado grau de violência - cujo nome não me lembro -, decepcionado pelas medíocres cenas de porrada do filme, que me deixaram com gostinho de quero mais.

Na tentativa de buscar alguma referência cinematográfica que satisfazesse essa minha insanidade em consumir sangue, lembrei do noticiário; o filme de José Padilha, Tropa de Elite, foi o mais pirateado na história do cinema: logicamente o encontrarei para comprar nas barraquinhas de camelô que ilustram meu pobre bairro.

"Cara, você tem o filme do BOPE - Tropa de Elite", abordei o vendedor. "Vixe, esse tem de sobra. Tenho o 1, o 2, o 3 e até o 4". "Nossa, já tem quatro seqüências? Mas não são todos a mesma coisa não, né?". O vendedor advertiu: "Que nada! Garanto pra vocÊ que não".

Não resisti. Por apenas R$12, levei 4 filmes e rapidamente dirigi-me até o DVD da minha sala.

Para conferir se não fui sacaneado, coloquei os filmes para ver se funcionavam, até que tive uma surpresa que me inquietou bastante: todos, realmente, eram diferentes. Totalmente diferentes.
O primeiro filme era o Tropa de Elite mesmo, o polêmico, violento e ao mesmo tempo realista obra de José Padilha. A surpresa se iniciou quando coloquei "o 2" no aparelho: na verdade, era uma obra que nada tinha a ver com o filme de Padilha. Era Notícias de Uma Guerra Particular, documentário sobre traficantes e policiais de João Moreira Salles lançado em 1999. O terceiro e quarto DVD´s eram, respectivamente, Dia a Dia de um Policial e Ônibus 174.

Abstraí. O comércio pirata, além de conseguir ter acesso ao Tropa de Elite original e conseguir ter um alto números de vendas de maneira alardeante, nomeia obras de outros profissionais como seqüências, criando uma "quadriologia da insanidade", enganando o público para vender mais.

Não é de se impressionar um ato desses da pirataria, que copia filmes (muitas vezes do cinema, o que resulta uma qualidade de imagem horrível) para vender por preços mais acessíveis. É lógico que muitas pessoas, glorificadas por ter oportunidade de comprar um filme por R$3 ou R$4, optam por isso. Seduz. Inclusive, já comprei diversos DVD´s piratas, pois nem sempre tenho dinheiro para ir ao cinema.

PÚBLICO E CRÍTICAS

Tropa de Elite está nas telonas. Espera-se que grande parte do público vá até as bilheterias e pague para (re)vê-lo. Boa parte do público já o tem em sua casa e já deve ter revisto pelo menos umas três vezes, pois em todo boteco que se vá, não há uma roda de amigos que não discuta sobre o filme.

Li a crítica do filme nos jornais e está com uma boa avaliação. Também, uma narrativa interessante (típica de Bráulio Mantovani, que já foi roteirista de Cidade de Deus, O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias e Cidade dos Homens), uma temática atual e polêmica, atuações incontestavelmente sensacionais (principalmente a de Wagner Moura no papel do Capitão Nascimento) são dignas de elogios.

Só que há uma discussão de que o filme tem uma visão fascista, ou seja, faz apologia à violência e defende o lado policial desse jogo comercial entre miltares e traficantes.

Eu já vejo por outro lado. Acredito que a honra destaca o interesse uníssono de ambos os lados, que respeitam a única regra de lutarem, ultrapassando por todos os limites e barreiras, para sobreviverem nesse mundo globalizado e capitalista.

O filme é ótimo, as "seqüências", que nada tem a ver com o filme de José Padilha, também o são. Só que, infelizmente, prefiro sustentar a pirataria, do que pagar R$10 para ir ao cinema, ou por volta R$40 (preço que irá custar o DVD original de Tropa de Elite) para sustentar uma indústria que suga mais do meu custo-benefício do fim do mês. Corro para onde saio economizando mais. Infelizmente, é assim.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Sentimentos de um brasileiro ao narrar a História de seu País

Sou cordial. Sei que a América é o continente onde foi jorrado mais sangue em toda a história em seu período de colonização, superando o saldo de mortes das duas guerras mundiais juntas. Descobrir a América pode ser motivo de orgulho para muitos, mas para mim nada mais é do que a predominância de um povo maniqueísta que não consegue conviver com a diversidade.

Sou conformado. Sei que o Brasil foi regado de autoritarismos, onde a ânsia pelo poder alimentou uma segregação racial que perdura até os dias de hoje. Negros e índios que não pegassem na enxada eram castigados por um chicote, quando não armas mais torturosas e de maior potência. O dia em que essa violência foi extinta, não consta no meus conhecimentos. Já li nos jornais casos que comprovam a inexistência dessa utopia. Mas de uma coisa sei: que isso não teve fim em um 13 de maio qualquer.

Sou otimista. Apesar da origem da República no Brasil impedir qualquer manifestação contrária às ideologias dominantes, o País teve verdadeiros representantes que fizeram jus ao posto.

Getúlio Vargas, com seu nacionalismo e obsessão em querer ser Benito Mussolini, não deu chance alguma aos imigrantes ilegais que vieram parar em seu Estado Novo. Seu dilema de identidade nacional impediria qualquer revolução encabeçada por um estrangeiro.

Juscelino Kubitschek e o surgimento de Brasília arquitetada por Niemeyer traçaram a era 1956-1961. Não se pode negar que com ele o Brasil deu um grande salto nas áreas tecnológicas e industriais. Já ouvi dizer que com ele o Brasil evoluiu uns 50 anos - mas também se endividou por um século.

Anos mais tarde veio a Ditadura Militar. Apesar das mortes, torturas, execução de socialistas, anarquistas e comunistas, implantação do AI-5, censura da imprensa, ato de recolher, mentiras, lavagens, manipulação, abuso de poder, é nesse período que data a "fase de crescimento" do Brasil. Sim, nossa economia era de alargar risos. E, os defensores de um outro método de política, o que eram? Subversivos contrários à pátria que mereciam ser deportados ou executados. "Brasil, ame-o ou deixe-o". Ousasse contestar.

Regado de democracia, Fernando Collor elevou o orgulho de ser brasileiro. Bloqueou contas e fez o favor de empurrar para o fim do precipício miseráveis que ainda tinham fé de que a situação econômica dos pobres iria melhorar. Que nada, é apenas um incompreendido. Mas sabe que é amado pela nação. Senão, o que justificaria sua volta para a cena política?

O tempo passou e a democracia nos trouxe o petista Lula. Mensalões, apadrinhamentos, lavagem, corrupção escrachada, tentativa de pôr fim à oposição, mesada aos pobres, ira com os rebeldes... Infortúnios à parte, nosso Lula é o brasileiro que mais se assemelha com o povão. Gosta de churrasco, não nega uma Skol gelada, é católico e defende a vida sexual ativa de seus compatriotas. Tem uma boa personalidade, é sensível; adora ajudar. Quer ajudar Hugo Chávez a entrar no Mercosul, quer ajudar o País a dar etanol a preços ínfimos para os americanos, quer ajudar Fidel a sair da cama e restituir a sua Cuba Socialista, quer ajudar o Haiti instalando seus soldados para trazer de volta a palavra paz àquele lugar e até mesmo ajudar a pilhéria do Senado: nosso famigerado possessivo Renan Calheiros, que não quer largar a cadeira.

Tenho orgulho de sentar em uma mesa de bar com amigos e traçar o panorama político da Nossa Pátria Amada. Todos esse fatos, apesar de não girarem em torno do aproveitamento de nossas riquezas mais requisitadas como água, árvore e etanol, são motivo de contar boas histórias.

Li sobre psicologia e descobri que rir é tão bom que impede a contração de males e manda para o espaço as células malignas que formam as mais graves doenças no corpo humano. Assimilei essa informação científica com a História Brasileira, que todos deveriam encher a boca para contar de tão maravilhosa que é. E, como sou uma pessoa cordial, conformada e otimista, sei que a política nacional vai me livrar de inúmeras doenças das quais nem sei o nome. Pois, motivos para rir não faltam - só não pode se sensibilizar demais com nossa história, ou as células podem se rebelar, e os efeitos...bom, é melhor nem pensar!